segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Entre as milhões de veias de mim.

Não vou dizer que sou uma pessoa solitária. Solidão é uma palavra forte, remetente a outros tantos sentimentos, entre eles, a tristeza. Então digo, que em alguns momentos, fico somente comigo mesma. Não me faz bem, mas também não me faz mal. Não me faz me sentir vazia, pelo contrário, me faz me sentir cheia, completa, preenchida por algo que não sei explicar com palavras. E então chegamos em um ponto crítico, sentido por todos os seres humanos: tentar explicar algo que não se sabe explicar, apenas se sente. Sou carregada de sentimentos que ás vezes, não queria sentir. Como se eu fosse atraída por tudo que transmite emoções. Eu carrego-as sem querer carregar. Me pergunto centenas de vezes se sou a única, se os olhares que se cruzam com o meu, também possuem seu lado enigmático. Busco em outros olhares o mesmo olhar que o meu, procuro imaginar como é a vida por trás daquele olhar, se meu sofrimento é tão sofrido quanto os dos olhos que me pego encarando, se meu sofrimento pode ser considerado sofrimento, ou se é apenas uma dor que não sei quando, nem como surgiu. É uma dor que não dói, só se faz presente. É uma dor que lido todos os dias, que compõe minha alma solitária, e a faz mais forte que a minha carne. As duas convivem em perfeita harmonia, tanto que não preciso interferir, só preciso sentir. São peças de um quebra-cabeça, no qual eu me desfaço mentalmente para montá-lo. Eu carrego todos os sentimentos do mundo, bem aqui, nas minhas costas. As coitadas já estão curvadas. Eu me afundo num mar de angústia, na esperança quase infinita de que algo vai mudar meu dia. Um sorriso, um olhar que dure mais do que um segundo, um romance de quinze minutos, ou enquanto a minha imaginação fértil permitir. Na minha mente insana, invento histórias, imagino cenas, crio diálogos que talvez nunca acontecerão. Eu faço das minhas incógnitas e tristezas, belas palavras como as de um poeta, transformo minha melancolia em escapismo, expondo minhas insanidades de dentro para fora. E no final das contas que me dou conta de que minhas filosofias não-filosóficas se transformam em rascunhos jogados ao vento, ao mesmo tempo em que surto por dentro. E me dou conta que sou dependente das palavras, de momentos, de um encanto qualquer que possa me prender por um segundo, quinze minutos, ou até encontrar a calmaria em meio a inquietação.